jprosa Escreveu:Sobre o Windex (...) nunca se viram muitos.
O kit era caro: 40 mil euros em 2002 (como referência: o AC-5M, que
tem L/D máximo similar, custa 20 mil euros em kit). E depois há que
arranjar tempo (e talento) para o construir (além de condições de espaço)...
(nota de rodapé: a SZD (Polónia) chegou a ter os moldes para construir
em série o Windex, mas houve problemas e a sociedade com a WindexAir
(antiga RADAB) dissolveu-se).
O preço justifica-se porventura pela mão de obra sueca versus russa
(comparando com o AC-5M)...? enfim, por outro lado o motor é caro
(3 vezes mais que um monocilindríco equivalente, como o MZ35 do
AC-5M). A estrutura é também evoluída, para conseguir aqueles "Gs",
sendo o carbono nas longarinas apenas um exemplo (dado técnico de
relevo, tendo em conta o contexto (o Windex fez o primeiro voo em
27 de Abril de 1989, tendo o projecto arrancado em 84).
Que eu saiba, existem/existiram as seguintes unidades:
Suécia:
SE-XSD Windex 1100
SE-XSH Windex 1200
SE-XSM Windex 1200A
SE-XSN Windex 1200C
SE-XSO Windex 1200C
SE-XSP Windex 1200C
EUA:
N1201G Windex 1200C (KO após acidente, fatal para o piloto também)
N523SC Windex 1200C (Steve Coan, agora do Gregor Menc (?) da Eslovenia)
Houve/existem mais nos EUA, mas ainda nao investiguei o suficiente (aliás, o
Steve Coan gostou tanto do Windex que encomendou logo 3, após os flight test
iniciais, para os quais foi contratado). Nos EUA a aviação experimental está
bastante divulgada, ao contrário destas bandas - presumo que quem fizer cá
um avião em kit aparece logo nas notícias da TVI
jprosa Escreveu:Quais são as suas qualidades para cross-country?
É que me parece que aquele gôndola de motor mais o hélice hão-de criar um drag considerável.
A julgar pelas curvas polares (c/ hélice em bandeira) as performances
são aprox. equivalentes a um Cirrus standard. Isto em teoria. Na prática
faltam os pilotos a fazer VAV no Windex para prová-lo... mas isso é o
eterno problema: máquinas com pouca divulgação acabam por não ter
oportunidade de provar o que valem (ou não).
Penso que as grandes limitações do Windex são mesmo a velocidade de
perda demasiado alta, sobretudo em volta, o que para enrolar térmica
não é obviamente desejável. Ver report em:
http://www.windex.se/report.htmContinuando com as limitações: o motor acaba por ter pouca potência,
limitando as pistas onde se pode operar (muita corrida de descolagem).
Não percebo porque não meteram lá o Konig de 4 cilindros (SD470), que
pouco mais pesa que o de 3 (SC430)... mas o "pouco" naquele sítio (cauda!)
é relativo: qualquer kilograma a mais deve ser crítico.
Também não ajudou à "imagem" do Windex o acidente
fatal do Lars Bergstrom (um dos desenhadores do Windex).
Consta que foi um flat spin irrecuperável. O acidente
teve padrão similar ao do N1201G, cujo report podemos
aceder em:
http://www.ntsb.gov/ntsb/brief.asp?ev_i ... 7593&key=1Bons voos.
-Antonio Mota
PS: ontem (19 de Out 2008, domingo) estava por acaso no farol
antigo de Aveiro a arejar e vi o Blanik e rebocador do pessoal
do norte a chegar (presumo que vindos de Coimbra)!